Série CHECK in-out 05 - Da teoria à prática do conceito do Oceano Azul emgrandes players do varejo.
- Mário Borgo

- 13 de jun. de 2024
- 6 min de leitura
Atualizado: 30 de jul. de 2024
É nesse cenário que os olhos do supermercadista precisam ficar pregados. Estudo divulgado no site Economic.com, da Moody’s Analytics, oferece uma boa ideia do que está acontecendo. Segundo o autor do estudo, Adam Ozimek, o declínio geral do varejo físico nos Estados Unidos tem sido relativamente pequeno na economia, e não uma grande ruptura estrutural, como muitos imaginam.
No Brasil, a situação é bem parecida. Ao considerar a taxa de empregos americana no segmento, Ozimek constatou que ela ainda está próxima da alta histórica – 15,3 milhões de vagas, perdendo apenas 22 mil postos de trabalho neste ano, mas abaixo do pico alcançado em 2017.
Concentrando a análise no comportamento dos últimos 32 anos, o estudo descobriu ainda mais: enquanto o emprego no varejo caiu de 11,8% para 10,4%, em relação ao total de empregos, o da indústria de manufatura despencou de 25% para 9%. O que mostra a vitalidade do setor e sua importância para o consumidor. No Brasil, apesar da crise econômica dos últimos anos, o varejo continua sendo o maior empregador privado do país. Os 300 maiores varejistas no ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo empregam 1,36 milhão de pessoas, número semelhante ao ótimo desempenho de 2017.
O GPA Alimentar (o maior grupo de varejo alimentar da América do Sul, uma empresa do Grupo Casino presentes em todas as regiões do Brasil, com mais de mil lojas, além de concentrar operações na Colômbia com o Grupo Éxito, no Uruguai com os Grupos Disco e Devoto, e na Argentina com o Libertad).

Com mais de 100 mil colaboradores, mantendo o mesmo volume do ano passado deixa claro que, “pensar que o varejo físico está condenado, é uma afirmação extrema”, afirma Carlos Honorato, professor de cenário econômico da Saint Paul Escola de Negócios . Acredito que o varejo está em um processo de transição para atingir a transformação necessária, porque os consumidores e negócios estão sendo movidos pelas tecnologias e suas complexidades.
Isso não será o fim de um modelo. As vendas online ou lojas totalmente automatizadas agradarão a uma parcela da população, mas não a toda.
Vamos aos fatos Nos últimos 06 anos:
6,3% foi o aumento no número de lojas do varejo alimentar
18% o salto no número de funcionários (Banco de dados de SA Varejo)
Nos últimos 09 anos:
Enquanto o percentual de pessoas ocupadas na indústria de transformação avançou 33%
Pessoas no comércio varejista cresceram 33,6%
O que pensam os varejistas
“A loja física não está ameaçada, como andam dizendo. é nela que o cliente adquire o lançamento, a oferta, e faz a compra por impulso. mas o online tem seu papel. Temos parceria com fornecedor de serviço digital de compra com delivery. O cliente entra no aplicativo e escolhe os itens. O app vai até a loja, faz as compras e entrega. implantamos em uma unidade-teste, e o serviço já responde por 5% das vendas”Antonio Romacho Diretor-presidente Asun (RS)
“No Brasil tem espaço para tudo, inclusive o e-commerce. Algumas pequenas empresas da central de negócios Unibrasil já entraram no segmento. Os dois canais se complementam e tendem a gerar mais vendas. E isso vale tanto para o varejo de preço baixo quanto para o varejo mais sofisticado. O mercado é enorme, variado, com muitas possibilidades a serem exploradas.Paulo Cardillo Superintendente da Unibrasil (CE)
“Não existe declínio de loja física no centrooeste. Apesar do progresso com a agropecuária, a região é muito tradicional. Existe uma barreira cultural em comprar pela internet. O pessoal desconfia de não receber o produto escolhido, da forma de pagamento, etc. estudos apontam que menos de 4% do faturamento do setor vem do e-commerce. Sou cético em relação à expansão rápida” Mirko Ribeiro Diretor comercial, Juba e Atacado Pantanal (MT)
“A loja física e a online vão conviver e se complementar. Mas o ritmo é lento na maioria das cidades. As classes c e d têm celulares, mas não o acesso à internet com velocidade para realizar compras. É preciso começar de alguma forma e já, mas sem afobação. Nós optamos por e-commerce em apenas uma loja, onde a população tem poder aquisitivo maior. Vai ser bom para entender como funciona a dinâmica. Vamos começar devagar” Rafael Guilherme dos Santos – Sucessor Arco-Mix (PE)
O crescimento do comércio eletrônico com a economia ainda em lenta recuperação, o varejo físico teve baixa no fluxo de pessoas mesmo em datas como Dia das Mães.
Uma forte tendência no varejo será o começo do fim da diferenciação entre compra "online e offline". Podendo significa que o mercado físico e virtual começa a se entender e entender que são complementares.
A mistura lenta dessa economia e a migração para o comércio eletrônico provocado pelo estanque das operações comerciais nos seis últimos meses, promoveu uma baixa significativa no fluxo de compras e de consumidores nas lojas físicas em 2020 no Brasil, que em 2019 já representava uma queda de 3%.
Destaca-se entre as datas comemorativas associadas aos melhores períodos de compras, com alta no fluxo de consumidores nas lojas foram: Black Friday e Natal.
“Fatores como a liberação de uma parcela de saque do Fundo de Garantia (FGTS) no fim do ano podem ter contribuído para uma pequena melhora no varejo, diz Sidnei Raulino, presidente da Seed Digital.
O estudo da Seed não leva em conta números de compras e faturamento das lojas. Mas mostra como a pequena melhora na economia apontada por indicadores econômicos ainda não foi sentida amplamente no varejo, sobretudo no mundo físico.
Online ou offline?
O faturamento no e-commerce vem subindo gradativamente com dados consolidados, chegando a 32 bilhões de reais. A Black Friday, em novembro, teve alta de 32% no faturamento com vendas no comércio eletrônico, atingindo 3 bilhões de reais (Compre&Confie – Inteligência de mercado).
O Consumidor Omnichannel no Brasil

Ainda assim, o Brasil está muito longe de ter o e-commerce como sendo o maior mercado. Apenas 4% das compras no Brasil eram online em 2018, segundo o último número divulgado pela eBit/Nielsen no relatório Webshoppers. Embora o acesso dos brasileiros à internet tenha crescido, o comércio eletrônico ainda tem papel muito menor do que em regiões como a América do Norte e Europa (onde 10% das compras são online, segundo dados de 2018) ou na Ásia (18%).
As lojas físicas continuarão cumprindo o seu papel em vendas em estratégias de logística, marketing e presença da marca na ponta.
A integração entre as duas frentes é o futuro para os negócios. Entender que fisicamente ou virtualmente, a “loja” é uma plataforma de vendas. É imperativo que seja de uma forma ou de outra, e que ela possa atender as expectativas e necessidades dos clientes garantindo um nível de satisfação elevado e perene.
Opções como retirada na loja de um produto comprado online ou experimentação do produto na loja e comprar via web, podem agregar valor ao produto e ser um importante decisor de compra pela oferta de segurança, confiança e credibilidade que é gerado. A loja física ainda pode ser usada como uma grande vitrine, onde o consumidor pode testar e conhecer melhor os detalhes de cada produto antes de comprar.
Empresas com forte presença digital estão investindo em lojas físicas como forma de tangibilizar sua marca e proporcionar experiências de compra. Temos vários exemplos acontecendo cada vez mais no mundo inteiro como: Amaro - tem guide-shops para o cliente experimentar a roupa antes de comprar online. A Magazine Luiza, chegou à marca de 1.000 lojas físicas em 2019, abrindo mais de 60 delas, incluindo em estados onde já entregava online, mas não tinha presença física. A chinesa Alibaba abriu em Madrid sua primeira loja física da rede AliExpress. A Amazon.com.
Porém, não basta abrir um espaço físico, é necessário um grande potencial de investimento em tecnologia para estabelecer a ligação entre o físico e o virtual, para aproveitar melhor o potencial de ambos. É comum que nos sites os clientes preencham fichas e deixem seus dados para que algoritmos mapeiem seus interesses e suas trilhas de compras, para ofertar produtos e promoções, customizando melhor sua experiência e estimulando o consumo. Na loja física, não deve ser diferente para que se possa oferecer uma melhor experiência e venda futura.
Seja no físico ou no virtual, uma coisa é fato, nós não queremos experimentar dificuldades, demora, mau humor, respostas evasivas, retrabalho e erros!!!
E o seu negócio, está na era certa para seu público?
Já colocou o pé no virtual?
Seus clientes estão satisfeitos com as entregas?
Qual ou quais os próximos passos se essa for a direção?
Importante: sua equipe está evoluindo na mesma direção?
Por: Mário Borgo – Com base em informações da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, Economic.com, Moody’s Analytics, Saint Paul Escola de Negócios. Carolina Riveira- access_time, more_horiz, Seed Digital, Nexo Jornal, Compre&Confie, (Pnad - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE), eBit/Nielsen.


Comentários