Série CHECK in-out 14 - O que estes conceitos têm em comum com você?
- Mário Borgo

- 13 de jun. de 2024
- 9 min de leitura
Listamos 8, os mais comuns e discutidos nas organizações e fora delas.
O objetivo é provocar uma reflexão sobre cada um e que você possa fazer sua própria análise e conceituar da sua forma e do jeito como eles te representam. Aqui procurei colocar como os enxergo e sua influência sobre o meu pensar e agir (e agir é uma outra história). Não cheguei ao estágio da perfeição... É só um caminho longo e uma busca constante.
- ÉTICA
O que é ética para você?
Se buscarmos no dicionário encontrará várias expressões que traduz o que é ética. Mas vamos pensar em ética de forma mais simples e próxima a nossa realidade do dia a dia.
Ética tem que ser um mantra pessoal e intransferível.
Na minha vida incorporei dois conceitos que fazem todo sentido para mim sobre ser ético.
1º. Nunca faça com aos outros aquilo que não deseja para você.
2º. Fazer o certo quando ninguém está olhando.
Não é fácil sabia. Muitas vezes somos tentados a fazer coisas por acharmos que não terá maiores complicações, por que é só uma bobagenzinha e não vai ter problema fazer.
Ética acima de tudo é uma ESCOLHA e está fundamentada nas suas crenças e costumes.
A grande vantagem que temos é que podemos aprender a ser éticos. Dá trabalho, dói, incomoda, mas pode ser aprendido, por que é um hábito.
E hábito é uma repetição daquilo que quero incorporar como um novo modelo de atuar.
Então reveja seus hábitos e considere que alguns precisam ser remodelados ou até mesmo eliminados do seu repertório.
Ações éticas fazem as pessoas te recomendar por valorizar as suas condutas.
EMPATIA:
Você já se colocou no lugar de alguém?
Consegue fazer isso?
Difícil! Eu arrisco dizer que é impossível!
Cada um tem sua dor própria. Só quem está passando por alguma situação seja boa ou ruim sabe o dor e a delícia de ser o que é.
Então a capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir a dor do outro não é bem assim que funciona.
Podemos e devemos nos sensibilizar com a dor do outro. Botar um pouco de calor humano na situação. Entendendo que se alguém está em uma situação delicada, não é por que gosta – vai, em alguns casos sabemos que tem gente que gosta de sofrer um pouquinho para chamar a atenção para si – mas até esse comportamento é um pedido de socorro.
Então nos resta fazer coisas simples, como: dar atenção, ouvir mais, dar um ombro amigo, cuidar com mais carinho, amenizar a dor, estar sensível de que o incomodo no outro é um desabafo e um pedido por ajuda e paz e fazer coisas que possam minimizar a dor que está passando.
Seja solidário. Esteja aberto e a disposição para ajudar. Se envolva de verdade. Dessa forma você poderá se aproximar do “colocar-se no lugar do outro” sendo comprometido com essa dor no sentido de ajudar.
A dor é intransferível. É só nossa. É de cada um. Então esteja aberto e sensível a isso.
CORDIALIDADE:
Cordialidade vem da manifestação explícita de afeto e simpatia, de ser cordial. Comportamento informal e educado, especialmente em ambientes de trabalho.
Essa é uma tradução técnica encontrada na literatura.
Como fazer isso funcionar no meu ambiente de trabalho quando sou bombardeado por várias situações diferentes ao mesmo tempo e por várias formas diferentes vindas de pessoas totalmente diferentes?
Acreditamos que o segredo está em você não no outro. Não temos controle sobre os outros. O que sentem, o que pensam e como agem. Só posso e deveria ter controle sobre mim.
E muitas vezes nem temos, né?
Existe um processo chamado SPA. Não é para relaxamento, é para refletir. O SPA é composto de:
SENTIR – Para todos os fatos somos acionados por um sentimento. Um sensor interno que diz que aquilo que estamos vendo, ouvindo, experimentando, cheirando ou degustando (são os sentidos), desencadeiam um emaranhado de sentimentos que precisamos conhecer.
PENSAR – é a forma de conhecer o efeito colateral que o sentimento gera em nós. É a forma de processar o que sentimos. Podemos entender e processar o sentimento de forma positiva ou negativa, o que acaba gerando novos sentimentos e novos processamentos. É como um ciclo vicioso ou virtuoso. Vai depender de como você processa isso tudo para o próximo passo.
AGIR – É o fruto dessa mistura entre sentimentos e desse pensar, processados e transformados em ação.
Toda ação gera um resultado. Sentir, pensar e não agir também gera um resultado.
Então a ação é o protagonista do sucesso e insucesso com as coisas e as pessoas.
PRÓ-ATIVIDADE:
Se analisarmos a etimologia da palavra Pró, vem de antes e Atividade, de ser ativo. Então ao juntarmos podemos definir como “tomar à dianteira”. Estar à frente antes que aconteça, agir antes que seja solicitado, prever, imaginar a possibilidade de...
Requer um esforço extra, adicional. Na maioria das vezes esperamos ser acionados, convidados a ser o ator principal. Esse é um sentimento e desejo da maioria das pessoas. Queremos sentir que somos importantes, irrelevantes e indispensáveis. Então aguardamos que as pessoas peçam pela ajuda ou que mostrem uma situação para que possam concertá-la e assim ganhamos nosso quinhão de importância e mérito. A Pró atividade é ganhar esse prêmio sem esperar que alguém peça. É perceber que será necessário intervir antes que o fato aconteça.
Então, é necessário mais uma vez que incorpore um hábito de não esperar pelo convite. Partir para resolver e pronto. Fazer e ter o reconhecimento pelo fato e ato de tomar a dianteira, sem que ninguém tenha que te pedir.
Mas atenção, pró-atividade não está necessariamente em receber recompensa de ser reconhecido. É fazer por que você decidiu que deveria fazer, sem esperar nada em troca.
RESPONSABILIDADE:
“Tu te torna e eternamente responsável por aquilo que ativas” – O pequeno príncipe – Uma obra de Antoine de Saint-Exupéry.
É o mesmo que abrir uma conta moral e pessoal com as pessoas.
Ser responsável é uma habilidade! A habilidade de assinar em nome de alguém. Fazer valer o que o outro espera. Chamar para si. É o famoso, deixa comigo!
É muita responsabilidade, quando dizemos, deixa comigo, o outro deixa. O outro entrega. O outro sabe que está seguro, confia, acredita.
Isso mesmo. A sequência é essa.
Ouvi uma menina nas redes sociais, que conseguiu traduzir claramente o significado de responsabilidade.
Foi perguntado sobre a relação dela com Deus. Ela disse: é muito simples. Eu entrego e descanso. Entrego nas mãos de Deus e confio que ele me dará. E recebo!!!
É uma relação de reponsabilidade entre nós. Eu me responsabilizo por ele e ele por mim.
É forte isso!!! E só sabe essa verdade quem realmente se relacionou com Deus a ponto de viver essa experiência.
As pessoas precisam se sentir SEGURAS com as outras. Precisam ter certeza que estão protegidas. Todas as vezes que o sentimento é de insegurança, damos um passo a traz. Não queremos continuar, mas se continuarmos sempre existirá uma sensação de desamparo e de risco no ar.
Quando estamos seguros, temos a certeza que podemos CONFIAR. A Confiança se estabelece, ficamos tranqüilos.
E assim passamos para o próximo estágio que é gerar CRÉDITO e creditamos na conta pessoal de cada um o seu devido valor.
Quanto mais créditos temos mais podemos usufruir de uma relação confiável. Quanto mais confiamos mais nos sentimos seguros com elas.
É uma relação que vai e volta. Segurança gera Confiança, que gera Credibilidade, que gera Confiança, que gera Segurança.

Então, por quem você vai se responsabilizar hoje?
Com quem você abrirá uma conta conjunta moral?
QUALIDADE:
O que é qualidade para você? Um dia um aluno me disse: prof. qualidade é fazer tudo o que eu tenho que fazer tão bem feito, tão bem feito, que ninguém venha me cobrar nada depois.
Ele me fez pensar muito sobre isso.
Como um conceito pode assumir duas posições tão extremas? Simples e complexo ao mesmo tempo.
Se nas entregas formos capazes de entregar verdadeiramente tudo e cuidar de todos os detalhes de forma a garantir a satisfação de quem recebe, então teremos a qualidade presente no sentido da palavra.
Qualidade não é uma obrigação. Tem que ser uma satisfação, um prazer de quem faz e pra quem recebe. É um alistamento voluntário. Uma escolha e uma decisão.
Coloque energia nos mínimos detalhes, cuide de você e das pessoas a sua volta, ajude sempre que necessário e principalmente sem esperar recompensa. Faça por que é preciso fazer e pronto, a qualidade estará instalada.
Atenção: qualidade, primeiro dentro, depois fora. Não dá para entregar qualidade aos outros, se não tenho qualidade em mim para entregar.
Nos processos a qualidade só estará presente quando ela estiver presente nas suas escolhas.
COOPERAÇÃO:
Cooperar na ação. Estamos juntos. Hoje é assim que nos colocamos a cooperar.
É uma ação em conjunto que soma a pró-atividade e responsabilidade. Sim, é cooperando que garanto ao outro minha participação dizendo: deixa comigo. Pode contar comigo. Você não está sozinho. Juntos e misturados.
Quero falar de cooperação contando uma história.
Quarta feira de cinzas de 2017, um sítio de lazer nas montanhas do ES. Já eram umas 14h30 quando repentinamente o vizinho chegou avisando que a mata por trás do sítio estava enfumaçada. Onde há fumaça, há fogo. Juntamos tudo e fomos de carro do outro lado da montanha para descobrir o que estava acontecendo. Chegando lá o desastre estava instalado. Três propriedades já haviam sido lambidas pelo fogo.
Sempre que vejo noticiário de incêndios nos EUA, Portugal, Autrália... respeito muito os profissionais e pessoas que estão envolvidos na tentativa de controlar algo totalmente descontrolado em sua fúria de destruição. Simplesmente assustador o que o fogo é capaz de fazer em questão de minutos. Eram chamas de mais de cinco metros de altura, andando mais rápido do que um homem é capaz de correr. Fumaça sufocante e uma temperatura que o corpo sente que vai derreter. Quando chegamos já tinham umas cinco pessoas, tentando em vão conter aquilo. Agora éramos oito, cada um do seu jeito e com as habilidades que lhe cabiam, contribuíam como podiam. À medida que as horas passavam fui percebendo que não estávamos sozinhos, já éramos mais de trinta, dois tratores abrindo picada na mata, tobatas transportando água, tanques de água nas costas pulverizando as cinzas para o fogo não retornar com o vento, enxadas, pás, galhos de mato... homens, mulheres, crianças, adolescentes, velhos... toda a comunidade estava emprenhada em dar fim para aquela situação, sem se importar de quem era, pra quem era e o porque. Todos sem que ninguém pedisse, sem ser chamados, ajudando se emprenharam em uma única missão: cooperar para que juntos o resultado fosse atingido.
Aquela literalmente foi uma quarta-feira de cinzas. Quando acabamos já era quase madrugada. Todos exaustos, machucados, doloridos e imundos. Nunca inalamos tanta fumaça. Fiquei sabendo que alguém foi parar no hospital com problemas respiratórios e outro teve queimaduras sérias no braço.
Naquela noite, mesmo querendo descansar o corpo, a cabeça não deixava. Não parava de pensar e rever todas as cenas, as falas, as iniciativas, os gritos, os medos, os olhares, as imprudências, os sorrisos brancos no meio dos rostos pretos de cinzas e fuligem.
Me emociono, só de relembrar aqueles momentos.
Entenda, são pessoas que eu nunca mais verei na minha vida e nem pude se quer agradecer a todos. Simplesmente estavam e eram como fantasmas na mata que surgiram e se foram sem que eu visse.
A história é muito mais longa e detalhada que essa, mas o que realmente importa nela é que naquele dia eu vivi o verdadeiro sentido da cooperação. Não distingue idade, sexo, experiência, valores e muito menos poder aquisitivo. Estava presente em cada uma daquelas pessoas que sem ter que receber um chamado, responderam presença. Então entendi que cooperação é fazer o que tem que ser feito sem ter que perguntar o pra que, porque, pra quem. É um alistamento voluntário.
CONSIDERAÇÃO:
Considere a ação.
Está em linha com o que você gostaria de receber?
Penso que as pessoas precisam estar engajadas aos processos. Isso só ocorrerá se dentro desse processo existir algo que possa funcionar como um imã de atração e retenção nas relações. E a resposta mais sensata para consideração talvez seja RESPEITO. Respeitar o outro é proporcionar estabilidade no processo de interação e entregação. Respeitar o outro é acima de tudo respeitar a si mesmo.
É um comportamento em ação de comprometer-se, que leva alguém a tratar as outras pessoas com grande atenção e profunda deferência.
Ao respeitar um símbolo (como uma bandeira por exemplo) a pessoa decide entregar a sua mais profunda gratidão, orgulho e ainda sua capacidade de assumir e de se comprometer com esse símbolo de tal forma que você até morra para defendê-lo. Respeito pleno à aquela identidade.
Então, se pudermos traduzir: é uma entrega genuína e transparente da sua escolha e decisão. É seu ideal, seu partido, seu norte, seu propósito. Na maioria das vezes incontestável e intransferível.
Podemos rever, corrigir e até mudar para se comprometer com algo novo que você considere que seja verdadeiramente verdadeiro para você.
Assim o será se a relação com essa identidade te represente em todos os aspectos, valores e crenças aprovados por você.
Então, talvez signifique que a mesma bandeira não sirva para todos. Nem todos estarão comprometidos.
Então, reveja suas considerações. O que você considera de verdade?
Reveja de que forma, com o que e com quem está comprometido.
O somatório de todos estes ingredientes é sua ação em prol de que as pessoas se sintam acolhidas pela energia gerada, no carinho percebido pelo outro.
Pense nisso!!!
Sua participação:
- As interpretações são muitas, variadas e abertas. Elas sofrem influência direta de muitos fatores pessoais e ambientais. O que seria diferente para você quanto a estes conceitos?
-De que forma na sua conduta, no seu comportamento esses aspectos te influenciam?
Por: Mário Borgo – MS Borgo – Estratégias para Expansão de Negócios.


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